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Capítulo 7: O plano de contenção.

  Sérvulo se encostou em uma pilha de contêineres, estalando os dedos com um sorrisinho de desprezo nos lábios. Acompanhado de perto por Dante, que vinha logo atrás, com uma postura serena e amea?adora.

  — Continuem conversando. N?o sejam tímidos. — disse Sérvulo, a voz carregada de ironia.

  Arisa, Rickson e Bruno recuaram instintivamente diante da aproxima??o dos dois, como se seus corpos inconscientemente. Marcel, firme, deu um passo à frente.

  — N?o há nada pra ver aqui. Dê meia-volta, Sérvulo.

  Sérvulo n?o respondeu. Com um movimento rápido, tentou acertar um soco em Marcel. Este segurou o bra?o dele com firmeza, impedindo o golpe. Sérvulo sorriu, deu um leve passo para o lado e levantou sutilmente a perna direita, como se fosse desferir um chute lateral. Marcel reagiu instintivamente, baixando a guarda para bloquear o golpe. Era exatamente o que Sérvulo queria. Aproveitando a abertura, puxou-o com for?a para próximo e acertou-lhe uma cabe?ada brutal no nariz. Marcel cambaleou para trás, o rosto jorrando sangue. Antes que pudesse se recompor, recebeu um chute direto no abd?men, sendo lan?ado contra um dos contêineres com um grunhido abafado.

  Sérvulo ent?o se virou e correu em dire??o aos outros três. Arisa sacou uma pequena lamina e tentou interceptá-lo, enquanto Bruno e Rickson se espalharam, buscando atacá-lo por diferentes angulos e limitar sua movimenta??o.

  Enquanto isso, Dante avan?ou sobre Marcel, socando-o com brutalidade. Marcel ergueu os antebra?os para se proteger, bloqueando os primeiros golpes com dificuldade. Sentia a for?a de cada impacto reverberar pelos bra?os e ombros, os pés afundando no ch?o com cada investida.

  Ele tentou contra-atacar, mas Dante era rápido, e um gancho certeiro acertou Marcel na lateral do tronco, arrancando-lhe o ar por um instante. Ainda assim, ele se manteve de pé, recuando com cautela. Outro soco o pegou de rasp?o na sobrancelha, abrindo um corte fino que come?ou a sangrar.

  Ofegante, Marcel desviava com dificuldade, os olhos atentos, buscando uma abertura. Mesmo ferido, manteve-se firme, enfrentando Dante com uma combina??o de resistência e determina??o que o impedia de cair.

  Em um momento crítico, Marcel girou o corpo no último segundo, escapando de um soco devastador que passou rente à sua cabe?a e colidiu com a lateral do contêiner metálico. O impacto foi t?o violento que o a?o cedeu como papel amassado, formando uma cratera profunda no ponto atingido. O barulho ecoou pelo cais, e Marcel sentiu o som metálico vibrar nos ouvidos enquanto gotas de suor escorriam por suas têmporas.

  Enquanto isso, Arisa, Bruno e Rickson se espalhavam ao redor de Sérvulo, tentando manter distancia e atacar de angulos diferentes. Era evidente, desde o primeiro movimento, que o plano era desgastá-lo em conjunto, mas logo perceberam o desafio que enfrentavam. Sérvulo era mais rápido do que qualquer um deles esperava, seus movimentos precisos e brutais, com for?a suficiente para transformar qualquer erro em nocaute.

  Arisa avan?ou com cortes rápidos em ziguezague, buscando distraí-lo enquanto Bruno preparava um ataque lateral. Sérvulo inclinou o tronco para trás com reflexos impressionantes, escapando da lamina com uma tranquilidade desdenhosa. Em seguida, girou o corpo num giro de calcanhar e obrigou Arisa a recuar com um chute alto que ela mal conseguiu desviar.

  Bruno tentou um soco cruzado aproveitando a abertura, mas Sérvulo ergueu o antebra?o e bloqueou com facilidade. Em resposta, desferiu um soco brutal nas costelas de Bruno, que foi lan?ado para trás, caindo de joelhos e arfando em busca de ar, com o rosto contorcido de dor. Rickson tentou intervir com um chute na altura da cintura, mas Sérvulo pegou sua perna no ar, puxou-o e o lan?ou com tamanha for?a contra o ch?o que o concreto rachou sob o impacto, soltando estilha?os ao redor.

  Mesmo com o impacto, Rickson rolou de volta à posi??o e se ergueu, ofegante. Arisa retornava pelo flanco oposto, tentando sincronizar os ataques. Desta vez, os três vieram juntos, num ataque coordenado: lamina de um lado, socos de outro, e chutes vindo por baixo. Sérvulo recuava em passos curtos, desviando como um bailarino selvagem, e contra-atacava com brutalidade sempre que surgia uma brecha.

  Ele acertou Bruno com um soco no est?mago, tirando-lhe o ar, e em seguida girou com o cotovelo para afastar Rickson. Arisa tentou um golpe na perna, mas Sérvulo saltou por cima como se pesasse a metade do que realmente pesava e caiu em posi??o de ataque, for?ando os três a recuar novamente.

  Mesmo com a estratégia clara de manter distancia e atacar em uníssono, os três estavam em desvantagem. Sérvulo parecia prever seus movimentos, e sua resistência física era absurda. Os cortes de Arisa mal arranhavam a pele. Bruno e Rickson estavam ofegantes, suando, os bra?os pesados. Já Sérvulo mantinha a postura relaxada, o sorriso frio ainda pendurado nos lábios, como se estivesse apenas se aquecendo.

  A cada nova troca, ficava claro: eles estavam lutando com um monstro que ainda n?o mostrara tudo que podia fazer.

  Os confrontos se intensificavam quando um som agudo de pneus no concreto ecoou pelo local. Uma Mercedes Benz preta surgiu no horizonte da doca, entrando em alta velocidade, desviando de pilhas de sucata. Ao passar perto de Dante, este girou o corpo e acertou um chute seco na lateral do carro, amassando a porta traseira e fazendo o carro derrapar por alguns metros.

  As portas da frente se abriram. Sena desceu primeiro, vestindo roupas leves, uma blusa e cal?a legging. Ela havia trocado seus saltos habituais por tênis, Sebastian veio logo após, o olhar frio e determinado.

  — Que festa animada. — disse Sérvulo, rindo. — Vieram todos juntos me dar um beijo de boa noite?

  Sem responder, Sebastian partiu imediatamente para cima de Dante, os punhos fechados. Sena, veloz, correu em dire??o a Sérvulo, que a esperava com os olhos faiscando de entusiasmo.

  A luta se espalhou em dois núcleos. Sérvulo enfrentava Sena, Arisa, Rickson e Bruno, demonstrando uma for?a absurda. Cada golpe dele obrigava seus adversários a recuar ou se proteger com esfor?o visível. Arisa desferia cortes rápidos com sua lamina, mas Sérvulo bloqueava com o antebra?o ou desviava com um giro do tronco. Sena mantinha a guarda alta, os olhos analisando cada brecha. Rickson e Bruno atacavam pelos flancos, tentando impedir que ele se movesse com liberdade, mas Sérvulo girava o corpo com movimentos amplos, derrubando caixas e quase acertando seus inimigos com os objetos ao redor.

  Enquanto isso, Sebastian mantinha a distancia, circulando Dante e lan?ando ataques rápidos para for?á-lo a se mover constantemente. Marcel, mesmo ferido, voltava a se posicionar ao lado de Sebastian, e os dois come?aram a pressionar Dante em conjunto, atacando de lados opostos para tentar encurralá-lo. Sebastian evitava o confronto direto e focava em limitar as op??es de fuga do adversário, criando oportunidades para Marcel acertar golpes mais pesados.

  Sérvulo rugia de prazer em meio aos golpes, for?ando seus Rickson e Bruno contra os contêineres. Sena ent?o se posicionou entre eles e Sérvulo, os pés bem firmes no ch?o, enquanto Arisa se movia em silêncio absoluto, aproximando-se pelas costas de Sérvulo, ganhando tempo para que Rickson e Bruno recuperassem o f?lego. Arisa se aproximou por trás e atacou Sérvulo com um corte lateral, visando a regi?o da costela. Ele girou rapidamente para bloquear o golpe, mas n?o sem antes receber um arranh?o que o fez soltar um rosnado curto. O cheiro de sangue no ar pareceu excitá-lo.

  O som distante de sirenes come?ou a se aproximar.

  Sena, suada e com o olhar cravado em Sérvulo, percebeu que Sebastian e Marcel estavam conseguindo segurar Dante. Mas do seu lado, Arisa já respirava com dificuldade, e Rickson e Bruno pareciam cada vez mais lentos.

  Stolen novel; please report.

  — A polícia está chegando. — disse Sena entre os dentes, desviando de um soco que cortou o ar próximo ao seu rosto.

  Sérvulo apenas riu, como se estivesse se divertindo com tudo aquilo. Mas seus olhos também buscaram o som ao longe.

  Num pub escuro escondido entre as ruelas do centro antigo de Crownia, Elsa saboreava sua cerveja negra com a lentid?o de quem n?o tinha pressa para voltar ao mundo.

  O ambiente era estreito, com paredes de tijolos expostos iluminadas por abajures vintage de luz dourada. A madeira escura do balc?o e das prateleiras trazia um charme envelhecido ao lugar. Estava praticamente vazio, exceto por um pequeno grupo jogando sinuca ao fundo, rindo baixo entre uma jogada e outra. Uma faixa de punk rock tocava em volume moderado, preenchendo o espa?o com uma energia crua que contrastava com a calmaria aparente.

  A luz vermelha do abajur pendente refletia em seus olhos semicerrados. A mensagem que havia enviado ao Dois de Ouros continuava sem resposta. Um mau presságio. Provavelmente havia sido pego. A emboscada que sofreu fazia cada vez mais sentido.

  Um homem se sentou ao lado dela sem anunciar sua chegada. Pediu uma cerveja ao gar?om, que a trouxe com rapidez . Elsa ergueu os olhos, analisando-o com frieza.

  — Essa cerveja pode ser o pagamento por salvar sua vida? — disse ele, sem cerim?nia.

  Ela arqueou uma sobrancelha.

  — Você é algum tipo de stalker?

  — N?o. é que você beija muito bem. N?o consegui esquecer.

  Elsa soltou uma risada seca e tomou outro gole da cerveja.

  — Definitivamente n?o trabalha para Gaspar.

  — Por isso mesmo achei que a gente podia se ajudar.

  Elsa estreitou os olhos. Ficou em silêncio por um momento.

  — E por que você se intrometeu?

  — Fiquei sabendo que alguém passou a perna em Gaspar. Achei a história interessante. E pensei que talvez essa pessoa pudesse me dar uma for?a.

  Elsa n?o respondeu. Mirio ent?o decidiu arriscar:

  — Como você pretende matar Gaspar?

  A rea??o foi imediata. Elsa travou a mandíbula e virou o rosto, olhos estreitos. Mirio sorriu.

  — Ah… era isso, ent?o.

  Ela tentou se recompor, mas o estrago estava feito. Pagou sua conta e a dele com um gesto rápido para o gar?om e se levantou.

  — Vamos falar num canto mais vazio. — Disse Elsa, olhando em volta.

  Caminharam por uma viela estreita, contornando os fundos de um restaurante e chegando a um beco mal iluminado com pilhas de lixo e um gerador barulhento.

  Ali, Elsa se virou com frieza:

  — Vou deixar uma coisa clara. N?o vou falar da minha rela??o com Gaspar. E se eu desconfiar de ti, mato você aqui mesmo.

  Mirio deu de ombros.

  — Justo. Mas talvez você queira saber quem eu sou, e o que posso fazer por você.

  Elsa estreitou os olhos:

  — Ent?o fala.

  — Meu nome é Mirio. E eu pretendo virar essa cidade de cabe?a pra baixo.

  Por um segundo, Elsa n?o respondeu. Depois deu um passo à frente.

  — E como você vai me ajudar?

  — Posso colocar recursos de um rei ao seu dispor. Mas em troca, você vai se infiltrar na fac??o de Copas como agente dupla.

  Elsa explodiu em riso.

  — Você é louco. Se me pegarem, vou ter dois reis querendo minha cabe?a.

  — Talvez. Mas ou?a: Gaspar e Maria est?o disputando os mercados que ficaram no vácuo da morte de Federico. Todas as fac??es já sabem que alguém pregou uma pe?a em Gaspar, e ele está ca?ando essa pessoa. O fato de você ainda estar viva é prova de que é boa. Provavelmente uma carta alta. Se você se apresentar para Maria oferecendo ajuda contra Gaspar, ela pode aceitar, mesmo sem confiar totalmente. Afinal, teria alguém sabotando o rival dela sem que precisasse se comprometer publicamente, e ela provavelmente gostaria de evitar um confronto direto com a fac??o de ouros.

  Elsa cruzou os bra?os, pensativa.

  — E o que você ganha com isso?

  Mirio deu um meio sorriso.

  — Eu vou destruir a fac??o de Copas.

  Elsa piscou devagar, surpresa com a resposta. A ideia parecia absurda demais para ser real — e justamente por isso, perigosa.

  — Algum problema com a rainha?

  — Nenhum. Nunca nos falamos, inclusive.

  — Ent?o por quê derrubá-la?

  Mirio a encarou com os olhos tranquilos.

  — Porque ela mordeu a isca que eu deixei.

  Elsa permaneceu em silêncio, pensativa, digerindo o que acabara de ouvir. N?o confirmou nem negou, apenas sustentou o olhar.

  Mirio a observou por mais um instante, depois se despediu com um aceno leve da cabe?a. Elsa manteve o olhar fixo nele por alguns segundos, ainda imersa em seus pensamentos, sem dizer uma palavra.

  Com a mesma calma com que chegou, Mirio se virou e caminhou tranquilamente de volta pela viela. Antes de desaparecer, lan?ou as palavras finais por sobre o ombro:

  — Uma semana. Te encontro no mesmo bar, mesmo horário.

  Ela observou Mirio se afastar e ent?o sorriu sozinha.

  — Ele é interessante...

  A sirene cortava o ar como uma lamina. A viatura freou abruptamente no bloqueio montado na rua de acesso ao porto desativado. Rita foi a primeira a descer, os cabelos soltos e revoltos pelo vento. A express?o em seu rosto era de urgência. Fitz saiu logo em seguida.

  Dois policiais se aproximaram e saudaram Rita com rapidez. Roberto tomou a frente:

  — Temos uma situa??o crítica. Cartas altas de três fac??es diferentes est?o envolvidas. Tá uma zona.

  Rita cerrou os olhos, avaliando a área ao longe, de onde já se ouviam barulhos de metal sendo retorcido e concreto rachando. Ela respirou fundo.

  Rita se aproximou mais um passo e chamou os dois com um gesto firme:

  — Chame Lector e Fred.

  Rita lan?ou um olhar rápido para os que a acompanhavam. Ela avaliou a equipe: uma rainha, um ás, um dez, e duas wildcards — sendo um Nove e um Dez. Um grupo montado para resolver problemas grandes. Ela assentiu.

  — Vamos nos aproximar juntos. Agora.

  O grupo atravessou o port?o de grade que havia sido arrancado do lugar e adentrou na parte desativada do porto. Assim que pisaram na zona de conflito, Rita sacou sua arma e disparou um tiro para o alto. O som seco ecoou por todo o cais, cortando o caos momentaneamente.

  Sérvulo virou-se para ela com um sorriso largo no rosto.

  — E o que você pretende com esse brinquedo, Ritinha?

  O tom era provocativo, zombeteiro, como se estivesse se divertindo com a presen?a dela. Os sinais do combate eram visíveis: trilhas de destrui??o, pilhas de caixas quebradas, manchas de sangue no ch?o. Ao longe, as silhuetas em conflito.

  Rita ent?o ergueu a voz:

  — CHEGA! A LUTA ACABOU!

  Todos se viraram para ela, surpresos com a interrup??o. Fitz e Sérvulo trocaram um olhar gelado. Sérvulo sorriu, provocador. Fitz cuspiu no ch?o.

  Com o silêncio repentino, Marcel finalmente se permitiu cair no ch?o, exausto. Encostou as costas em um contêiner de metal, ofegante, enquanto o sangue secava em seu rosto. Seus bra?os pendiam ao lado do corpo, e ele fechou os olhos por um instante, sentindo a dor se espalhar por cada músculo tenso.

  Rita prosseguiu:

  — Cartas da fac??o de Ouros e de Copas, fora do cais. Agora. Separados.

  Dante olhou para Sérvulo, e os dois se afastaram sem dizer nada. Ao passarem por Rita, Sérvulo murmurou com um sorriso no rosto:

  — Parece que a noite foi divertida para vocês também, n?o foi?

  Arisa correu até Marcel e se ajoelhou ao lado dele, avaliando os ferimentos.

  — Eu t? bem. — disse Marcel, mesmo com o rosto machucado. Virou o rosto lentamente na dire??o de Bruno e Rickson, trocando um olhar silencioso.

  Bruno e Rickson assentiram com um leve aceno, ainda visivelmente tensos. Arisa ent?o passou um dos bra?os de Marcel por cima do ombro e o ajudou a se levantar com cuidado. Os dois deixaram o porto em silêncio.

  Rita olhou para Roberto.

  — Tire todos os outros daqui e aguarde. Pe?a para Fred e Lector ajudarem a verificar se todos já se foram. Quero falar com eles a sós.

  Rita se apoximou de Sebastian, que estava com um olhar atento. Fitz veio logo atrás.

  — Como isso come?ou? — perguntou Rita.

  Sebastian tirou o ma?o de cigarros do bolso da cal?a, sacando um cigarro com os dedos firmes. Com gestos calmos, colocou-o entre os lábios e acendeu com um isqueiro metálico, o clique ressoando suave no silêncio tenso que pairava entre eles. Tragou lentamente. Quando soltou a fuma?a, falou com a voz baixa e firme:

  — Era quest?o de tempo até outras fac??es se moverem. Eu soube que hoje seria o dia. N?o esperava que viessem juntos.

  Rita olhou para Sena, que permanecia calada.

  — Imagino que você saiba tanto quanto ele.

  Sena respondeu com frieza:

  — Isso é um assunto interno da fac??o de Paus.

  Fitz cruzou os bra?os, impaciente:

  — Você devia ser mais grata.

  Rita o interrompeu com um gesto.

  — Calma.

  Ela se virou novamente para Sebastian.

  — Me explique isso com mais detalhes quando tivermos tempo. Boa noite.

  Rita lan?ou um olhar breve para Sebastian e Sena, ent?o virou-se e chamou Fitz com um leve movimento de cabe?a:

  — Vamos.

  Os dois saíram, deixando os membros da fac??o de paus sozinhos.

  Bruno e Rickson se aproximaram, aliviados, mas congelaram ao ver a express?o de Sena.

  Ela os encarou por um instante e disse, num tom cortante:

  — Agora vocês v?o me contar exatamente o que está acontecendo com o cais.

  Eles se entreolharam, hesitantes, e ent?o olharam para Sebastian, que apenas continuou fumando, distraído, observando a fuma?a se dissipar no ar como se n?o estivesse ali. Bruno come?ou:

  — Uns dias atrás, Douglas disse que ia se afastar. E sugeriu que a gente deixasse o Mirio comandar as opera??es por aqui.

  — Eu fui contra no come?o, — disse Bruno. — Mas o Rickson já tinha trabalhado com ele e garantiu que ia funcionar.

  Rickson assentiu.

  — Com o Nove e o Dez do lado dele, ninguém se op?s. Ele assumiu sem resistência.

  Sena estreitou os olhos.

  — E a emboscada de hoje?

  Eles hesitaram. Sena bateu o pé no ch?o com for?a, abrindo uma rachadura.

  Bruno arregalou os olhos.

  — Era parte do plano do Mirio.

  Sebastian se aproximou.

  — Como assim?

  Rickson respirou fundo.

  — Ele previu que outras fac??es tentariam tomar o cais. Sugeriu que a gente se aproximasse da fac??o de Copas e oferecesse parte dos lucros em troca de prote??o enquanto o novo rei de Paus se organiza.

  Sena trocou um olhar com Sebastian.

  — E quanto à fac??o de Ouros? — perguntou Sena.

  — Tinha um boato de que o Sérvulo estava em outro trabalho, ent?o acreditamos que ele n?o apareceria. Achávamos que o Dante viria sozinho, o que seria algo mais fácil de lidar, especialmente com o apoio do ás de Copas.

  Sena riu, sem humor.

  — Ent?o Mirio foi pego e surpresa e o plano fracassou.

  Sebastian negou com a cabe?a.

  — N?o. — Sebastian fez uma pausa. — Ele ele descobriu a tempo.

  Sena se calou por um instante, lembrando do encontro com Mirio no café.

  — Ent?o quer dizer que...

  — ...nós éramos o plano de conten??o dele. — completou Sebastian.

  Roberto, Rita e Fitz.

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