Isso me pegou de surpresa. Fiquei em silêncio, tentando processar a pergunta. Claro, ela sabia que algo n?o fazia sentido.
Meus pensamentos dispararam instantaneamente enquanto eu analisava cada palavra da frase que ela acabara de me lan?ar. Eu conhecia Helena bem o suficiente para saber que sua pergunta n?o era simples, ent?o precisava revisar tudo com cuidado.
"Ent?o... como exatamente você está ganhando tanto dinheiro?" Essa era a pergunta.
Primeiro, eu disse que ganhei 10.000 vendendo meu jogo. Ok, n?o é uma quantia pequena, mas também n?o é absurda — especialmente considerando que a própria Helena ganha 6.500 por mês. A parte do "tanto dinheiro" n?o fazia sentido.
Segundo, ela usou "est?o ganhando" em vez de "ganhou". O tempo verbal indicava que ela sabia — ou pelo menos suspeitava — que eu ainda estava recebendo dinheiro. Isso descartava a possibilidade de eu me safar com a história de "vendeu o jogo" e encerrar a conversa ali.
Terceiro: a express?o "como exatamente" foi o que me deixou ainda mais inquieto. Isso significava que, apesar de tudo o que eu tinha mostrado até ent?o, ela ainda n?o acreditava que esse fosse o verdadeiro motivo. Era como se tivesse certeza de que eu estava escondendo alguma coisa.
"Droga! Ela tem acesso à minha conta bancária?" Esse pensamento me passou pela cabe?a. Se ela tivesse visto os números, saberia que eu tinha alguns milh?es guardados. "Impossível. Jarvis teria me avisado."
Enquanto tudo isso passava pela minha cabe?a em quest?o de segundos, tentei manter a calma e pensar em uma saída rápida, mas convincente.
Eu precisava dar uma resposta que fechasse qualquer brecha — que tapasse o buraco que Helena estava claramente cavando.
Mas o problema era este: o que ela já sabia? E pior, o que mais ela estava tentando descobrir? Independentemente da minha resposta, ela provavelmente n?o acreditaria sem provas.
Usando cada grama de inteligência que eu tinha, continuei pensando, tentando desesperadamente inventar uma desculpa.
"é que..."
comecei, tentando ganhar tempo, mas Helena me interrompeu com uma pergunta que me pegou ainda mais desprevenido.
"Você se lembra de quem te recomendou este apartamento, certo?"
"Você", respondi automaticamente.
Foi ela quem encontrou este lugar — barato e relativamente bom — quando eu estava precisando. Mas onde ela queria chegar com isso?
"O que você talvez n?o saiba é que Marlene, a dona do apartamento, é minha amiga. Quando ela alugou o apartamento para você, deixei seis meses de aluguel garantidos, caso você n?o pudesse pagar." Ela fez uma pausa. "Mas você sabe o que aconteceu semana passada, Rick?"
"Do que ela está falando? O que o apartamento tem a ver com..." Meus pensamentos pararam no momento em que percebi onde isso estava indo.
Fiquei em silêncio, esperando que ela terminasse.
"Marlene me ligou dizendo que você comprou o apartamento e devolveu o dinheiro do aluguel reservado. Você consegue imaginar minha surpresa?"
Meu est?mago se revirou.
O sorriso de Helena agora era de pura satisfa??o. Ela sabia que eu estava encurralado, sem nenhuma explica??o plausível para o que tinha acontecido. Era como se ela estivesse apenas esperando o momento em que eu n?o teria para onde correr.
Suspirei, derrotado.
Por mais rápido que eu tentasse pensar, era impossível inventar uma desculpa que fizesse sentido agora. Helena estava, sem dúvida, um passo à frente, e eu estava ficando sem op??es.
"Você provavelmente está tentando inventar alguma desculpa", disse ela, sorrindo provocativamente. "Ent?o, vamos jogar um jogo. Vou te fazer três perguntas. Se você n?o quiser responder, prometo que vou largar tudo isso e n?o vou contar nada para a mam?e. Mas... você vai ter que ser honesto."
Eu já estava encurralado, sem saída.
Suspirei e assenti. Eu n?o tinha outra escolha.
"Primeira pergunta." Ela olhou diretamente nos meus olhos, sua express?o mais séria agora. "Você ganhou muito dinheiro. O jeito que você conseguiu esse dinheiro... é ilegal?"
Ilegal? Tecnicamente, vender jogos para outro universo n?o deveria ser crime... ou pelo menos eu esperava que n?o fosse.
"N?o", respondi com firmeza.
Bem, eu n?o estava mentindo. Eu vendi jogos. Só... em outro universo. Isso conta como crime?
Helena suspirou, visivelmente aliviada, como se um peso enorme tivesse sido tirado de seus ombros.
"Pelo menos já é alguma coisa. Segunda pergunta. Falar sobre isso... poderia colocar você, eu ou minha m?e em perigo?"
Fiquei em silêncio, pensando por um momento.
N?o havia nada que sugerisse que o sistema me proibisse de compartilhar informa??es com pessoas em quem eu confiasse.
Além disso, Helena e Leona jamais fariam nada para me machucar. Eu sabia disso. E com Jarvis sempre de olho, seria fácil mantê-las seguras se algo acontecesse.
"N?o", respondi com confian?a.
Helena assentiu, absorvendo a resposta com calma.
Eu sabia que a próxima pergunta seria a mais difícil.
"Agora, a última pergunta."
Sua voz ficou mais séria, o sorriso brincalh?o desaparecendo. Agora ela tinha uma express?o de profunda mágoa.
"Se n?o é ilegal e n?o nos coloca em perigo... ent?o a única raz?o pela qual você está escondendo é porque n?o confia em nós?"
Essa pergunta me atingiu como um soco.
Fiquei em silêncio, tentando processar suas palavras. Confian?a. Eu estava escondendo tudo porque achava que n?o podia confiar neles? N?o. N?o era isso. Era medo. Medo de ser descoberta. Medo de parecer que a única maneira de colocar minha vida de volta nos trilhos era com interven??o divina.
Eu queria responder, mas n?o consegui.
Ela estava certa. Eu estava me escondendo atrás daquele medo irracional quando, no fundo, sabia que podia confiar nos dois. Eu sabia que, se eu dissesse a verdade, nada mudaria.
"N?o é isso..." Tentei dizer, mas as palavras sumiram antes que eu pudesse terminar a frase.
"Acho que fui longe demais... Talvez eu o tenha quebrado."
Ouvi Helena resmungar baixinho, mas a ignorei.
Depois de um longo silêncio, finalmente me levantei.
"Ok", eu disse, respirando fundo. "Vou te mostrar."
Com um gesto rápido, chamei a oficina.
"Abra a oficina."
Uma porta de madeira apareceu no meio da sala, do nada. Os olhos de Helena se arregalaram.
"Venha." Eu a chamei.
Abri a porta e entrei.
Helena, hesitante, seguiu logo atrás de mim.
***
(POV: Helena)
Helena mal conseguia processar o que estava vendo.
Assim que entrou na oficina com Rick, sentiu como se tivesse sido transportada para um filme de fic??o científica. O espa?o ao seu redor era t?o futurista que era difícil acreditar que fosse real.
As superfícies translúcidas ao seu redor emitiam uma luz azulada suave, refletindo sua silhueta enquanto ela caminhava cautelosamente. O ch?o e o teto pareciam uma espécie de malha digital, ondulando em tons de azul brilhantes a cada passo que ela dava.
Era como se toda a sala estivesse viva, um espa?o que parecia moldado pela própria tecnologia. O brilho azul emitia uma vibra??o quase sobrenatural, como se a oficina existisse em uma dimens?o entre o real e o virtual.
Conforme ela avan?ava, telas holográficas emergiam do ar, flutuando diante de seus olhos. Cada tela exibia gráficos complexos, códigos que ela n?o conseguia entender e imagens que pareciam ter saído diretamente de algum projeto ultrassecreto.
Tudo estava lá — organizado, mas completamente separado da realidade que Helena conhecia.
"Como isso é possível?", sussurrou ela, mais para si mesma do que para Rick.
A imers?o era t?o completa que ela se sentia dentro de um laboratório de alta tecnologia, algo muito à frente de seu tempo.
No centro da sala, uma tela maior se projetava, exibindo gráficos e estatísticas, enquanto o ambiente emitia um leve zumbido — o som de uma máquina operando em perfeita harmonia.
Era como se tudo tivesse sido projetado para ser visualmente deslumbrante e funcional ao mesmo tempo. Helena ficou impressionada, mas também profundamente confusa.
"Como ele tem acesso a isso?" "O que você acha?", ela se perguntou, olhando para Rick, que também parecia surpreso.
Isso só aumentou sua confus?o. Se aquela tecnologia era dele, por que ele estava reagindo como se fosse a primeira vez que a via? "Cara, isso foi incrível", Rick finalmente disse, seu tom demonstrando que ele também estava surpreso. "Seu trabalho, Jarvis?" Helena estava ainda mais perdida. Jarvis? Quem é Jarvis? Ela se virou para Rick, mas antes que pudesse dizer qualquer coisa, uma voz suave e agradável ecoou pela sala. "Achei que o senhor gostaria de impressionar", respondeu a voz, quase como se sorrisse por trás das palavras.
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Rick sorriu, visivelmente satisfeito. Ele estava gostando da rea??o dela.
"Droga! Onde está o Rick perdido e deprimido de alguns minutos atrás?"
Finalmente, Helena perdeu a paciência.
"Você pode explicar o que está acontecendo?", perguntou ela, com a voz cheia de frustra??o. "E desde quando você tem esse tipo de tecnologia? E quem acabou de falar?"
Rick apenas sorriu mais. Ele estava claramente gostando da surpresa dela, o que a irritou ainda mais.
"Cerca de duas semanas e meia atrás. Mas o impressionante n?o é a tecnologia, é a oficina. Afinal, ela foi criada pelo sistema", disse Rick casualmente, como se fosse a coisa mais normal do mundo.
"Sistema?!" Seus olhos se arregalaram.
Helena estava completamente chocada — mas de uma maneira diferente. Ela sabia o que era um "sistema". Fora ela quem recomendara os primeiros romances com sistemas que concediam poderes e habilidades quebradas.
Mas... Rick? Com ??um sistema de verdade?
"Sim. Sistema." Ele respondeu, com o tom mais calmo do mundo.
O choque rapidamente se transformou em excita??o. Os olhos de Helena brilharam de curiosidade, como os de uma crian?a diante de um brinquedo novo.
"Que tipo de sistema? Tecnologia avan?ada? Sistema futurista? Você ganhou algum poder?", ela disparou perguntas sem parar para respirar, com a excita??o praticamente transbordando.
Rick riu novamente, claramente apreciando o entusiasmo dela.
Normalmente, Helena se irritaria com a risada dele, mas naquele momento, estava animada demais para se importar.
"é um sistema de cria??o de jogos. Eu n?o estava mentindo quando disse que ganhava dinheiro vendendo jogos." Ele fez uma pausa, observando a rea??o dela. "Quanto aos poderes... ainda n?o. Talvez mais tarde."
"Acredito que o nível atual seja insuficiente, senhor. Recomendo comprar uma melhoria", interrompeu a mesma voz educada de antes, pegando Helena de surpresa.
"!!!???" Ela ficou ali, sem palavras, quase trope?ando nas palavras. "Ent?o aquela voz era o sistema? Que pena, sistemas com personalidade s?o os piores!"
Rick assentiu, sorrindo.
"Felizmente, meu sistema n?o tem personalidade. Na verdade, quem falou foi o Jarvis."
"Desculpe o susto, senhorita", ecoou a voz de Jarvis. "Eu sou o Jarvis. Acredito que a senhora me conhece."
Helena piscou, confusa.
"Jarvis? O Jarvis? O Jarvis do Homem de Ferro?", perguntou ela, incrédula.
"Sim, senhorita", confirmou Jarvis calmamente.
Helena cruzou os bra?os, virando-se para Rick com os olhos semicerrados e um tom claramente ressentido.
"Mam?e e eu estávamos preocupadas, e você aqui está, toda tranquila... com um Jarvis só para você, e nem se deu ao trabalho de me contar?"
Rick n?o conseguiu conter uma risada amarga. Ele sabia que estava em apuros.
"Você vai me emprestar ele de vez em quando,"certo?", ela perguntou sem rodeios, deixando claro que n?o deixaria isso passar.
"Pergunte a ele", respondeu Rick com um leve sorriso, tentando desviar o assunto.
"Quando eu estiver disponível, pode contar comigo", disse Jarvis.
"Obrigada."
Helena sorriu satisfeita, já planejando todas as maneiras possíveis de usar Jarvis.
"Vou usar você o tempo todo! Nunca mais vou precisar escrever relatórios", pensou ela, com a mente já a mil.
"Agora me diga como esse sistema funciona", voltou ao assunto. "Você realmente vendeu seu jogo? Qual é o título? Talvez eu já o tenha jogado."
"Improvável", respondeu Rick. "Publiquei em um universo diferente. Mais especificamente, no MCU."
Os olhos de Helena se arregalaram novamente.
"Você publica jogos no universo Marvel? Os Vingadores jogam seus jogos?", ela praticamente pulava de alegria. "Quais jogos você publicou?"
"Castlevania e Outer Wilds", respondeu ele calmamente. "Os Vingadores ainda n?o foram formados, mas Tony Stark e Nick Fury já os jogaram."
"O gênio bilionário Tony Stark? Você tem o número dele?", perguntou Helena, com os olhos brilhando de malícia.
"N?o me importaria de sair com o Tony", pensou ela, já imaginando a cena.
"N?o, n?o me importo", respondeu Rick com firmeza, eliminando qualquer chance antes que ela exagerasse na ideia.
Helena, sentindo que ele estava escondendo algo, revirou os olhos, mas decidiu deixar para lá — por enquanto.
"é uma pena", suspirou, visivelmente decepcionada. "Agora me mostre como esse sistema funciona."
Sem dizer mais nada, Rick olhou para as várias telas holográficas ao seu redor e, com um simples comando, disse:
"Abra o menu de estatísticas".
Instantaneamente, mais telas apareceram, cada uma exibindo informa??es detalhadas: vendas, número de jogadores, horas jogadas, quantas pessoas estavam online naquele momento, quanto tempo passaram jogando. Tudo estava limpo e bem organizado.
Helena olhou para aquilo, impressionada.
"Incrível", murmurou.
Seus olhos percorreram as estatísticas, cada número e gráfico mais impressionante que o anterior, até pousar em algo que a deixou sem palavras.
"Os jogadores ganham recompensas por terminar as partidas? E a recompensa para Outer Wilds é uma nave espacial de verdade?" Ela piscou algumas vezes, como se precisasse de confirma??o. "Eu quero uma nave espacial!"
Rick riu amargamente, compreendendo perfeitamente o sentimento.
"Infelizmente, é só para jogadores", respondeu ele, com profunda frustra??o na voz.
Uma nave espacial era o sonho da humanidade. Era realmente uma pena.
Sem perder tempo, Helena teve uma ideia.
"Posso te ajudar com seus jogos?", perguntou ela, com um brilho determinado nos olhos, já pensando nas possibilidades.
Rick parou por um momento, considerando.
"é possível?", perguntou ao sistema.
Imediatamente,Uma tela holográfica apareceu à sua frente. Helena se inclinou curiosa para lê-la.
[Gostaria de conceder autoriza??o de Nível 1?
Benefícios da autoriza??o de Nível 1:
Acesso à oficina.
Acesso ao menu de cria??o de jogos.
Acesso à Loja do Multiverso.
(Você pode dar ou remover pontos)]
Ela abriu um sorriso de orelha a orelha.
"Diga sim, diga sim!", exclamou, praticamente pulando de alegria.
Rick, um pouco surpreso com a possibilidade, n?o viu motivo para negar.
"Sim", confirmou.
Instantaneamente, outra tela apareceu diante de Helena, e o brilho em seus olhos ficou ainda mais intenso.
[Gerente de Jogo: Crie, edite e exclua seus projetos aqui]
[Tarefas: As miss?es ser?o geradas de acordo com o progresso do host. Atualmente, apenas uma miss?o está disponível]
[Loja do Sistema: Todos os itens necessários para criar um jogo est?o disponíveis aqui]
[Loja do Multiverso: Compre itens de outros universos aqui]
"Agora eu também posso ter meu próprio Jarvis...", disse ela com um sorriso travesso.
Sem perder tempo, Helena abriu a Loja do Multiverso, seus olhos examinando rapidamente a vasta gama de itens e habilidades. Ela sorriu enquanto rolava a lista — até encontrar o que queria: [Inteligência Artificial: Jarvis].
Mas seu sorriso desapareceu rapidamente.
[Pontos insuficientes]
Ela percebeu que n?o tinha pontos para gastar. Seu entusiasmo diminuiu rapidamente.
"Quando vamos fazer um jogo juntos?", perguntou ela, quase desesperada, embora ainda tentando manter a dignidade.
Ela queria pontos, mas n?o tinha coragem de perguntar diretamente a Rick. Afinal, ele havia conquistado tudo sozinho, e ela n?o queria ser um fardo.
O que ela n?o sabia era que Rick tinha cerca de 30 milh?es de pontos acumulados. Se soubesse, sua abordagem provavelmente seria bem diferente.
"Acabei de lan?ar Outer Wilds, e é melhor n?o inundar o mercado com muitos jogos de uma vez", expliquei, tentando tranquilizá-la. "Mas podemos come?ar a trabalhar em algo para o futuro."
Ela sorriu, com alívio misturado à empolga??o anterior, e os olhos brilhando de expectativa. "
Uma amiga minha disse que Sea of ??Thieves é um dos melhores jogos multijogador... Acho que Rick vai se interessar", pensou Helena.